tijolices

Para ir sendo construído, disse eu no início. A obra acabou.

Nome:
Localização: Lisboa, Portugal

sábado, abril 30, 2005

Tequila Sunrise

BOM SÁBADO :)

sexta-feira, abril 29, 2005

Encontro

Quem és tu? Conheço-te os traços mas estranho a expressão que me mostras. Que brilho é esse no teu olhar? Por que me fitas com tamanha intensidade? Por que sacodes os cabelos num langor de sensual abandono? Por que me sorris enigmaticamente? Misteriosa, tu, mulher que me olhas. Não, não mudes o semblante. Estava a gostar. Só queria saber quem és. Posso ser como tu? Dás-me essa felicidade que te leio nos olhos? A serenidade? A leveza com que levas a mão à face. A doçura com que ela a percorre. Repetindo outra carícia. De outra mão. E como posso eu saber tudo isso? Ler-te o pensamento? Sentir o que tu sentes? Ah, já sei quem és! E agora, sim, retribuo-te o sorriso. Esse sorriso cúmplice. Esquecera-me que entre as duas havia um espelho.

quinta-feira, abril 28, 2005

Interpretações

O título da foto é "One Step".
Um passo para...?

quarta-feira, abril 27, 2005

Diálogos

— Palavra de honra! Vocês não podiam fazer menos barulho? Quero dormir e não consigo!
— E quem te manda passares a noite acordado? Está um sol radioso e eu combinei encontrar-me aqui com ela. Agora apareceram aqueles ali, os barulhentos, mas há lugar para todos. Quem está mal, muda-se, ora!
— Isso é bom de dizer. Sabes que me custa muito andar. Sou muito vagaroso. Vocês é que não param quietos. Sempre de um lado para o outro.
— Pois. Mas gostamos muito deste jardim. Foi aqui que começámos a namorar. E vimos cá todos os dias. Ninguém nos manda embora. Até sorriem quando nos vêem juntos. Certo, sei que às vezes me impaciento com a espera, quando ela se atrasa, mas depois a nossa alegria ouve-se, e bem!
— E eu não sei? Acordo sempre sobressaltado…E depois vêm os outros, aqueles tontos que fazem uma algazarra dos diabos. Se eu não gostasse tanto de andar por aqui…
— Mas não te tenho visto.
— Pois não. Foi um Inverno muito seco, e a Primavera também. Vocês não têm problemas desses. Mas nós, os caracóis, precisamos de chuva, poças no chão, terra ensopada, percebes?
— Percebo. Nós, os melros, e ali os pardais, também gostamos muito da água que a dona do jardim nos põe no bebedouro. Mas não estragamos nada, ouviste? A vossa sorte é ela ser boazinha e não vos matar por lhe darem cabo das plantas!

terça-feira, abril 26, 2005

Only...

...the lonely

segunda-feira, abril 25, 2005

Unicidade


Era um som diferente. Ficou calada, a ouvir. Calaram-se os outros, também. A condutora subiu o volume e sorriu-lhe pelo retrovisor. «Gostas, tia?» Acenou apenas com a cabeça. O olhar espraiou-se pela paisagem que tão bem conhecia de outras viagens iguais àquela. Deixou-se levar. Para longe. E fechou os olhos. Sentia uma paz inexplicável. Estranha. Uma paz arrebatadora. Quando os abriu, reparou que alguém lhe pousara no colo a capa do CD. Nunca ouvira falar do compositor. «É a segunda faixa, tia. Seis minutos e dois segundos, hã?» Sorriu. Seis minutos e dois segundos. Decidiu, então, que esses seis minutos e dois segundos de melodiosa serenidade iriam musicar, muitas vezes, os arroubos estrepitosos de um sentimento ainda velado de ansiedade.

sábado, abril 23, 2005

Intercalar

Porque me apetece dizer que a vida vale a pena.
Porque nunca mais calarei o que sinto.
Porque será assim, agora, a minha maneira.
E o meu caminho.

Aprender a voar...

(foto:www.thousandimages.com)
BOM FIM-DE-SEMANA!

sexta-feira, abril 22, 2005

Tijolices

As tais palavras dos outros que eu vou “escrevendo”…

"Não estava sozinha, ou talvez apenas sem a companhia ideal, facto que esperava ter conseguido ocultar. A companhia que presentemente se lhe oferecesse seria aceite, ainda que não activamente procurada. Que ainda tivesse acesso a essa companhia era espantoso, pensou, dada a sua natureza um nadinha distante. Na manhã serena, sentiu-se revigorada, agradecida. Achou maravilhoso que ainda pudesse postar-se à janela e observar o voo de um pássaro, ainda conseguisse (de vez em quando) comer com apetite, ouvir vozes para além da sua. Reconhecia a necessidade de se redimir — pela falta de alegria, pelo fatalismo, pela cautela — no tempo que lhe restava."

In Visitas, Anita Brookner, Editorial Notícias, Março de 2000

quinta-feira, abril 21, 2005

Fôlego


Porque num nascer do sol podemos ver tanta coisa. Porque no dealbar da esperança abrimos os braços à vida. Porque numa velha melodia descobrimos novos acordes. Por tudo isso, e tanto mais, hoje vai ser diferente. Vou sair destas quatro paredes. Vou olhar para o céu. Vou sorrir às gaivotas. Vou ver o Tejo. Vou fazer o que me apetece. E tenho a certeza de que não me arrependerei. Mantenho a decisão tomada: não deixes para depois as alegrias que podes viver agora.

quarta-feira, abril 20, 2005

Passei-me?

Aviso no maço de cigarros:

«O fumo contém benzeno, nitrosaminas, formaldeído e cianeto de hidrogénio.»

Eh, lá! Bom, este cianeto não deve ser o cianeto, senão eu já não estava aqui a escrever.
Mais… formaldeído não é o formol?
Então estamos todos conservados!...

Vê-se logo que não percebo nada de Química.


"Um cinzeiro apagado…" Abrunhosa dixit.
É isso mesmo. Não fumem!

terça-feira, abril 19, 2005

Ponto de Desencontro

Penso muitas vezes nela. Há 17 anos que não nos vemos. Perdemos o contacto. Coisa que sempre julguei impossível entre verdadeiros amigos. Mas aconteceu. Conhecemo-nos ainda em Lourenço Marques. À primeira vista, não simpatizei com ela; era muito espalha-brasas para o meu gosto. Começámos a trabalhar juntas. Uma semana depois já éramos amigas. Os opostos atraem-se, claro. Ela era a exuberância, eu a timidez; ela a desbocada (usava o calão hard core quando isso, para nós, na altura, era impensável) e eu a certinha. Dois anos depois, foi trabalhar para o norte mas as visitas à capital eram dias cheios de risos e peripécias. Já em Portugal, encontrámo-nos várias vezes em Lisboa (na última, foi visitar-me à agência e, com uma perna debaixo do rabo como sempre se sentava, pôs-se a enrolar paulatinamente um cigarro – por serem mais baratos – perante o olhar sisudo e desconfiado do meu chefe) até ela se mudar para Aveiro com a promessa de mandar o contacto. Nunca mandou; sei que estava a passar por um período difícil, problemas familiares e conjugais. Tudo fiz para descobrir o seu paradeiro e não consegui. Entretanto, também saí daquele emprego e mudei de casa duas vezes. Como pode ter acontecido uma coisa destas? ainda hoje me pergunto. Sim, sei que agora com a Internet e os grupos do MSN, talvez seja possível localizá-la. Mas também sei que, se tal não acontecer, é uma amizade que jamais esqueceremos. Que é feito de ti, Ana “do Songo”?

segunda-feira, abril 18, 2005

Esquecimento

Fiquei para trás. Nem deste por isso. Escapei-me da tua mão. Não sentiste nada. Era apenas uma no meio das outras. Pouco espaço ocupava. E aqui estou. Sozinha. À espera de uma mão que se estenda. E não de um pé que me calque. Porque sei que ainda vou abrir um sorriso no rosto de alguém.
(foto:www.thousandimages.com)

sábado, abril 16, 2005

Mergulho



(foto:www.thousandimages.com)
BOM FIM-DE-SEMANA

sexta-feira, abril 15, 2005

VAMOS?

Não desistas. Já andaste tanto. Estás quase a chegar. Não pares, agora. Vá, são só mais uns passos. Eu sei, estás cansada. Mas não penses nisso. Pensa só no que te espera. Que sorriso tão triste. É com essa tristeza que encaras o futuro? Onde está a força do riso que te levou a dar o primeiro passo? O despertar que te fez sair da letargia? Não te reconheço. Perdeste-me. Mas, se quiseres, voltarei para ti. Ah, um sorriso mais aberto! Está bem, eu fico. Por que te ris? O quê? Estavas a testar-me? Marota. Claro, conheces-me muito bem. Sou a Determinação e só acompanho a caminhada de quem afirma, como tu agora, «Quero ser feliz.»

quinta-feira, abril 14, 2005

Despertares

(foto:www.thousandimages.com)
Há dias de Não. Há dias de Sim. E muitos dias de Talvez. Há dias em que acordamos com o peso do Não nas pálpebras e à tarde descobrimos que o Sim nos acendeu um brilho no olhar. O pior é quando acontece o contrário. Por isso, o melhor é entreabrir as cortinas do Talvez para que, nessa penumbra, não nos oprima a escuridão nem nos ofusque a claridade.

terça-feira, abril 12, 2005

Profilaxia

Comecei ontem o tratamento. Mais intenso, agora. O anterior não estava a dar grandes resultados. Os níveis de serotonina mantinham-se teimosamente baixos. Depressivamente azuis. Os ditos “winter blues”. Mas agora estou confiante. Com este suplemento de vitamina D, não há ameaça de depressão que vingue. E, no que depender de mim, não falharei a posologia: depois das 4 da tarde, hora e meia de banhos de sol no terraço.

segunda-feira, abril 11, 2005

Protesto

Mais uma iniciativa da Rakel (wakewinha) no seu novo blog:
Visitem-no e divulguem.

TESTEMUNHOS

Calma, meninas, calma. Sosseguem que já falam. Foi para isso que as recebi. Para se fazerem ouvir. Deixem-me só organizar a sequência. Vejamos. Ordem alfabética? Hum, pois é, não dá. Neste caso, terá de ser cronológica. E, como o tempo é pouco, só têm direito a uma frase. Muito bem, podem começar.

Resignação: Aguentei, aguentei, mas um dia fartei-me.
Revolta: Foi nesse dia que eu te conheci.
Indecisão: Depois cheguei eu.
Dúvida: E eu, logo a seguir.
Esperança: Entrei de mansinho mas com um sorriso.
Decisão: Sem esse sorriso, eu não existia.
Expectativa: Eu consolidei-te.
Descoberta: Ah, a sensação de liberdade.
Surpresa: Afinal, viver era bom.
Entrega: Por que esperei tanto?
Alegria: Aqui estou!
Felicidade: Será para sempre?
Certeza: ...

Acabou o tempo. Diz-me lá, Certeza, também não ias responder, pois não?

sábado, abril 09, 2005

Desabafo

Apetecia-me variar. Dois dias diferentes. E não quase iguais aos outros cinco. Viajar. Seguir por uma estrada sem destino. Ou talvez com algum que queira descobrir. Passear descalça na praia. Dormir numa casinha perdida na serra. Chapinhar nas águas mansas de um regato. Ler um livro à sombra de uma árvore, na quietude da planície. Saborear palavras doces e carícias ardentes. Abrir um sorriso de cumplicidade. Na partilha dos gostos. Na procura da felicidade.
BOM FIM-DE-SEMANA

(foto:www.thousandimages.com)


sexta-feira, abril 08, 2005

Fala-se muito de sentimentos. Sentimentos nobres e valorizados como o afecto, a amizade e o amor, para ficarmos só por estes A’s. E não vou percorrer o alfabeto todo. Quero falar apenas de um que, para mim é, talvez, o mais importante. O objecto pode ser uma divindade, um ser humano ou até um animal. Desenvolve-se, e manifesta-se, com maior ou menor intensidade. Reconforta na tristeza. Devolve o alento perdido. Mostra caminhos. Mitiga solidões. Desperta sonhos adormecidos. Na sua simplicidade, eleva todos os outros sentimentos. Tantas vezes ignorada, é a que mais engrandece. Não será, a Gratidão, a maior das virtudes?

quinta-feira, abril 07, 2005

Outros registos

Quem disse que as canções especiais foram (ou são) sempre (ou pelo menos uma vez) ouvidas a dois? Quantas não teremos, gravadas em nós, como memórias individuais de alguma doce ilusão, utopia, ou alvoroço do coração? Como esta, em mim...

quarta-feira, abril 06, 2005

Oh!

A página em branco. Ou, neste caso, o ecrã com o Word aberto e o tracinho a piscar. Irritante. A pressionar-me: Vá, empurra-me, escreve qualquer coisa! Viste? Não custou nada. E podes sempre puxar-me para trás que eu apago tudo. Amiguinho, não sou? Ehehe, não, não estás maluca. Nós, os cursores, aprendemos a falar ouvindo o que vocês dizem. E é com cada palavrão, às vezes! Não sei por que é que as pessoas se irritam tanto com as máquinas. Afinal, cumprimos apenas as vossas ordens. Por isso não te zangues comigo porque tu é que abriste o Word. E agora reparo... não achas que o texto já dá para postares lá nesse tal blog?

terça-feira, abril 05, 2005

Espanto

Há dias de uma felicidade tão desmedida,
plena e inesperada,
que o coração arregala os olhos e duvida.

segunda-feira, abril 04, 2005

Decisão

Vestiu o casaco. Pegou na carteira. Um último olhar ao espelho antes de sair. Fechou a porta. Desceu as escadas. Abriu a porta da rua. A claridade encandeou-a por breves instantes. Estugou o passo, alheia aos cumprimentos dos vizinhos. Indiferente aos acenos e sorrisos. Absorta. Parou na esquina, à espera que o sinal mudasse. Atravessou. Sem um olhar, sequer, à esplanada onde tantas tardes lanchara com a solidão. E foi andando. Os passos percorrendo um caminho familiar. No rosto, a expressão ia-se modificando. Já o esboço de um sorriso. Um brilho no olhar. Outro cruzamento. Avenida com avenida. O sol escondeu-se atrás de um prédio. Mas o sorriso iluminou-se. Estava quase a chegar. Descobrira um atalho e seguiu por ele. Com passos firmes. De cabeça erguida. Nos olhos uma expectativa quase infantil. Atenta. Curiosa. Virou na primeira à direita. Sempre pelo passeio do lado do sol. Tirou as chaves da carteira. A mão estranhou-lhes a forma. Natural. Só agora a mão recebera a mensagem: Abre a porta da tua nova casa.

domingo, abril 03, 2005

A CAIXINHA

O JANTAR DO ANIVERSÁRIO FOI UM ÊXITO!
UM BEIJO ESPECIAL PARA A PANDORA E UM ABRAÇO QUE ENGLOBA TODOS OS PRESENTES.
ADOREI!

sábado, abril 02, 2005

Libertação

São coisas tão simples. Tão óbvias. E nós, na cegueira a que nos acomodámos, não as vemos. Não queremos vê-las. Oh, que venda tão escura na sua invisibilidade. Arranco-a. Por que não o fiz há mais tempo?...
(foto:www.thousandimages.com)

sexta-feira, abril 01, 2005

Dia das Mentiras

Será só hoje?...