tijolices

Para ir sendo construído, disse eu no início. A obra acabou.

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Localização: Lisboa, Portugal

quinta-feira, março 31, 2005

Revolta

É revoltante, é vergonhoso, é desumano, é criminoso!
O vídeo está disponível para download em:
Divulgá-lo é dar voz a quem não a tem.
Obrigada, Wakewinha

Medeitação

Não, não é gralha. Ouvi este termo ontem, não conhecia, e achei graça. Aplica-se perfeitamente ao estado a que me entrego quase todos os dias à tardinha. Estendo-me no sofá e, ao som de uma música especial, medito deitada. Na maior parte das vezes, apago-me por uns minutos e reacendo-me revigorada. É uma pausa que me faz muito bem. Em todos os aspectos. Experimentem!
(foto:www.thousandimages.com)

quarta-feira, março 30, 2005

Carpe diem

Dou por mim a sorrir. E sei porquê. Converso comigo mesma e rimo-nos as duas. Sabe tão bem esta cumplicidade que temos. Às vezes encontramo-la já com muita estrada percorrida. Não será por acaso. É preciso crescer, passar por experiências boas e más, reflectir, analisar, amadurecer. Depois, quando achamos que já sabemos tudo, que nada nos surpreende, esboçamos um sorriso como este. Um sorriso malandro, de miúdo apanhado a mexer na lata das bolachas. E perguntamo-nos: alguma vez te imaginaste a viver uma situação destas? Não, pois não? E o riso solta-se. A vida é muito engraçada. Prega-nos partidas de morrer a rir.

terça-feira, março 29, 2005

Quatro meses

Ainda dói. Às vezes, ainda me parece ouvir os seus passinhos lestos na madeira do chão. E recordo. Os suspiros deleitosos no sono profundo. A euforia do despertar. A doçura no brilho dos olhos. O quente aconchego do seu corpo no meu. Os passeios que dávamos. A atenção com que me escutava. Porque conversávamos muito. O apego à vida na luta para não nos deixar. A passividade na aceitação dos tratamentos. A exuberância com que recuperava das crises. O derradeiro afago antes de adormecer para sempre. O amor incondicional que só eles, esses nossos amigos, podem e sabem dar-nos. Calculo que alguns vejam nisto uma simples e pura lamechice. Mas outros haverá, estou certa, que me entenderão perfeitamente. E tenho saudades dela. Com lágrimas que guardo escondidas. Pelo afecto e alegria que trouxe às nossas vidas.

segunda-feira, março 28, 2005

Evolução

Amavam-se com sofreguidão. Um amor carnal, faminto. Na pressa dos encontros furtivos. O olhar aceso pelo desejo que se solta, ansioso. Uma quase fúria nos beijos mordidos. Espanto. Novidade. Surpresa. E entrega, também. Uma outra forma de amar. O corpo saciado, depois. Mas um travo a qualquer coisa que falta. Um prazer incompleto. Até que um dia foi diferente. Um gesto inesperado. A tímida revelação nos dedos que ao de leve lhe percorrem a face. Um afago nos cabelos. Demorado. Sentido. A placidez no olhar. O sorriso rendido. A ternura, finalmente.

quinta-feira, março 24, 2005

Até segunda...

e...Boa Páscoa!

Ainda a PDI

São dos primeiros alertas. E provocam estranheza porque não os associamos ao que representam. Sempre existiram mas depressa nos livrávamos deles. Agora não. E, como sucede com tantas outras coisas, o “problema” parece afectar mais as mulheres que os homens. Pelo menos nunca os vi num rosto masculino. Mas vejo-os no meu, logo pela amanhã, ao espelho. Não adianta reforçar o creme de noite, tentar dormir de costas ou trocar as fronhas bordadas por outras lisas e justas. Os estupores dos vincos da almofada levam umas três horas a desaparecer!

quarta-feira, março 23, 2005

Pantanal

Confesso que nunca foi destino que me seduzisse. Mas o convite chegou, irrecusável, e eis-me de malas feitas. Nascida em África, estou habituada, ainda que já um pouco esquecida, a lidar com mosquitos, humidade e calor. O que me aflige é a proximidade de outros bicharocos maiores e mais perigosos. Também prefiro as águas límpidas dos rios e regatos ao caudal barrento e viscoso de pântanos e canais. A gastronomia parece que é boa (se não nos lembrarmos de onde vêm os camarões e lagostins). A música não é das minhas preferidas; não gosto de jazz. Enfim, estou de abalada para o Louisiana. Depois de assentar arraiais em Baton Rouge, vou visitar toda a região do Mississipi, percorrer os bayous em frágeis embarcações sob o olhar carrancudo dos alligators e besuntada com repelente de insectos, saborear a culinária cajun, apreciar (?) umas jam sessions na noite de New Orleans, e sabe-se lá que mais surpresas me estarão reservadas. Levo o portátil com rede GPRS para ir postando umas impressões da viagem. Claro, não me afastarei da blogosfera. Afinal, vou apenas ali para fora, para o terraço, traduzir o novo "tijolo" de 526 páginas cuja trama de desenrola em tais cenários.
(imagem:students.washington.ed)

terça-feira, março 22, 2005

Sem título...

...e sem legenda

segunda-feira, março 21, 2005

Ah, pois!

Li atentamente o artigo da Sábado sobre a infidelidade feminina. Não vou discutir os números das estatísticas, a análise dos entendidos, os casos relatados. Vou apenas fazer um reparo à lista dos sinais denunciadores. É que, agora, os maridos/companheiros vão ficar com a pulga atrás da orelha. E pode nascer uma suspeita infundada. Afinal de contas, estão lá algumas pistas de um interesse em reavivar a chama, reconquistá-los a eles, e não necessariamente de infidelidade. Portanto, nada de juízos precipitados. Mas também nada de dormir na forma porque então, aí, sim, a lista passa a valer pelo que é.

domingo, março 20, 2005

Pensamento

"La tendresse a ses raisons que le coeur comprend très bien."
(Renald Tremblay)
(foto:www.thousandimages.com)

sábado, março 19, 2005

Mais que saudade

Partiste subitamente. Era eu uma criança, ainda. Precisava tanto de ti. Amava-te tanto. E nunca percebi, até hoje, a razão da tua partida. A única certeza que tenho é que continuas a acompanhar os meus dias, as tristezas e alegrias, a ser o meu confidente, a luzinha que me protege. O rosto que tão ternamente me observava, a paciência com que me satisfazias os caprichos, o riso aberto quando me ensinaste a andar de bicicleta, o orgulho com que me ofereceste o piano, o gosto pela dança que me transmitiste, a doçura com que me tratavas por Carocha. Sabes que raramente choro; penso que muitas das lágrimas que me estariam destinadas pela vida fora chorei-as quando tu partiste. Mas hoje choro, Pai, ao escrever estas palavras. Choro de mágoa e de muita saudade. E choro ainda de revolta porque nunca hei-de perceber por que tiveste de partir tão cedo. Sim, sei que não gostas de me ver chorar e, por isso, com um sorriso, ofereço-te um dos tangos que tantas vezes te vi dançar.

sexta-feira, março 18, 2005

One more time

Há coisas tão simples que teimamos em complicar. Queremos e, ao mesmo tempo, arranjamos desculpas para contrariar esse querer. Por medo, por comodismo, por recato, por traquejo da vida, por tantos motivos. E, entretanto, essa vida vai passando como se a julgássemos eterna. Então, um dia, resolvemos arriscar. A experiência, gratificante, afinal, mostra-nos que valeu a pena. Revigora-nos e encanta-nos. Mas fica-se por isso mesmo, uma experiência. Guardada num canto especial para dela nos lembrarmos quando as dúvidas de novo nos assaltam. Um dia desperta, faz-se ouvir, quase nos suplica uma repetição, e sentimos que fomos importantes. Que deixámos uma marca. Que somos lembrados. E isso sabe tão bem! Por que não repetir? E repetir para quê? Valerá a pena? Nunca o saberemos. A menos que... é isso, uma vez mais! Mesmo que seja a última. Ou talvez não. Mas vale a pena, sim. Não compliquemos o que a vida nos dá simplificado.

quinta-feira, março 17, 2005

Slides

Eram sempre grupos animados. Vinham do norte, do sul e das ilhas (poucos, estes). Os guias eram escolhidos a dedo para darem conta do recado com passageiros tão exigentes. Lá nos encontrávamos todos no aeroporto. Risos, abraços, reencontros com amigos de outras aventuras. Olhares curiosos dos novatos nessas andanças. Os destinos eram mais ou menos cobiçados. Apenas alguns exemplos: Egipto em Abril (um calor de 36 graus às oito da manhã; não há quem aguente uma aula de História no Vale dos Reis à torreira de um sol impiedoso; os camelos a derraparem no asfalto em corrida desenfreada sob o olhar da Esfinge; uma quebra de tensão no Museu do Cairo por falta da bica da manhã; a risota dos que se baldaram ao Jardim Botânico para irem beber uma cola no fresco de uma sombra e o raspanete que ouviram do guia que, apopléctico e transpirado, os veio resgatar para não ficarem em terra; e tantas outras peripécias.) Viena em Março (neve com fartura e cinco dias de encantamento pela beleza da cidade, a magia da música, a imponência da arquitectura, a simpatia das pessoas e, por que não?, os vapores do vinho novo numa taberna do Grinzing). Brasil em Maio (a mais divertida de todas, 15 dias a rir, rouquidão geral à chegada a Lisboa; Recife com os escaldões dos incautos; a jóia que é Olinda; Salvador, ah, a Baía, suas gentes e cultura, a tempestade enfrentada numa escuna sem bóias para todos os passageiros, o maior susto da minha vida; o Rio, o espanto dos até então cépticos face à Cidade Maravilhosa; os espectáculos, as jantaradas, os afoitos que, para pasmo do porteiro, voltaram a pé para o hotel às 3 da manhã, depois de um evento que exigia traje a preceito e jóias verdadeiras). Mas havia trabalho, também. Visitar 3 ou 4 hotéis por dia, bisbilhotando tudo, quartos, suites, salões. Porque eram study trips, ou educacionais, oferecidas pelas companhias aéreas, em parceria com os operadores turísticos, aos agentes de viagens. Que, como referi logo de início, são os passageiros mais exigentes que há. E também os mais divertidos!

quarta-feira, março 16, 2005

Oslo

A descoberta da neve. Frio amornado pelo calor de novas emoções. Um recomeço hesitante. Sorriso tímido a querer abrir-se confiante. Mãos que se entrelaçam por antes se terem procurado. Olhares cúmplices em fuga do passado. Num futuro cheio apenas de presente. Arrebatado. Veemente. Memória que brilha fugaz e vencida; história guardada no sótão da vida.

terça-feira, março 15, 2005

Registos

Tenho uma mania, desde adolescente, que teima em não passar. Associo, invariavelmente, uma canção ou melodia a alguém ou situação que me marcou. Sempre vivi assim. Por isso, guardo na memória um acervo discográfico invejável. Aos poucos, os singles e LPs de vinil foram sendo suplantados pelos CDs. Agora até já posso ouvi-las nesta máquina que tenho diante de mim. E estou a ouvir uma, em formato Midi. Não dá trabalho nenhum; quando acaba, clico na seta e torno a ouvir. Nostálgica e desinspirada, já a ouvi duas vezes. Não me canso. Como não me canso de recordar o tempo que ela me faz reviver. E que, afinal, acabou por inspirar este post.

(foto:www.thousandimages.com)


segunda-feira, março 14, 2005

Lembrança


«Talvez por estar habituado a ser medido de longe é que o Português parece assim, vergado à História. Lá anda, como se diz. Labuta à margem da Europa, muito com ele. Umas vezes descobrem-no, feito pastor, encabritado num penhasco; outras como andarilho sem norte, de feira em feira. Há quem o veja João Soldado em África com o diabo no bornal, ou como rapa-tacho de quartéis em horas de cornetim. Sim, também isso; isso e mil coisas mais. Mas focado com rigor e em ampliação condigna, é possível descobrir-lhe os segredos da coragem e da beleza no seu risco de resistir, sobrevivendo no hora a hora.»
(José Cardoso Pires, in "E agora, José?")
(foto:www.thousandimages.com)

sexta-feira, março 11, 2005

Descanso

BOM FIM-DE-SEMANA!

quinta-feira, março 10, 2005

Alento

Mágoas contidas,
sorrisos travados,
esperanças fugidas
em risos calados.
Nesse torpor de silêncios feito,
o alvoroço de menina,
num coração de mulher,
é ao Amor o melhor preito
na voz que se acetina
à luz do renascer.
(foto:www.thousandimages.com)

quarta-feira, março 09, 2005

Nem mais!

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, dance, ria e viva intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
(Autoria desconhecida)

terça-feira, março 08, 2005

Hoje...

...é o nosso dia.
Beijinhos, Amigas!

segunda-feira, março 07, 2005

Tiquetaque

Uma nova semana que começa. E com ela a contagem decrescente...Até dia 15 vai ser assim.

sexta-feira, março 04, 2005

Deadlines...

O "tijolo" entrou na recta final, por isso não há folgas. Mas para todos vós...


...BOM FIM-DE-SEMANA!

quinta-feira, março 03, 2005

Alívio

Estava eu de manhã a fumar o primeiro cigarro depois do pequeno-almoço, e a olhar para o terraço à espera dos meus melros, quando resolvi tomar uma decisão: Deixar de sofrer por antecipação. Pois é, como diz o meu mano, não te coces antes da picada da pulga. E vem isto agora a propósito de quê? A propósito de uma ida ao dentista. Ando há uns dias com as gengivas sensíveis (leia-se: inflamadas). Ora, como sou das que se coça antes da picada, e tenho um medo-pavor de estomatologistas (dito assim já não mete tanto medo), comecei logo a imaginar os tratos de polé a que a minha pobre boca iria sujeitar-se. Fui tomar um Lexotan para conseguir trabalhar porque a consulta era só às 4 da tarde. E para ajudar, um segundo cigarrito. E ajudou porque obriguei-me a pensar assim: vais ver que ele te faz uma limpeza e fica o caso resolvido. Dito e feito: fora com a placa bacteriana. E já agora fiquem sabendo o que ele me disse: uma das causas da gengivite é o stress. Ainda as tenho um nadinha sensíveis mas estou muito mais calma...oh, se estou!

quarta-feira, março 02, 2005

Pois...

She used to cry when I'd come home late
She couldn't buy the lies I told
All she wanted was to be needed
Someone that she could call her own
The love I know I took for granted
Until she walked out of my door
Too little too late to say I'm sorry
'Cause she's not cryin' anymore
She's not cryin' anymore
She ain't lonely any longer
There's a smile upon her face
A new love takes my place
She's not cryin' anymore
I hear she's really doin' well now
She's picked herself up off the ground
I wasn't there when I was needed
But I was there to let her down
Sometimes you know I feel so foolish
If I knew then what I know now
Another tear would never fall
'Cause I'd give our love my all
If we could work things out somehow
She's not cryin' anymore
She ain't lonely any longer
There's a smile upon her face
A new love takes my place
She's not cryin' anymore
She's not cryin' anymore
She ain't lonely any longer
There's a smile upon her face
A new love takes my place
She's not cryin' anymore
There's a smile upon her face
A new love takes my place
She's not cryin' any more

( "She's Not Crying Anymore", Billy Ray Cyrus)

terça-feira, março 01, 2005

Sans soucis...

...et le Renoir des amis.
(imagem:www.artrecordiff.com)