Eles andem aí!
Vivemos, durante uns tempos, numa moradia alugada, em Alvalade. Com um quintal atrás e um pequeno jardim à frente. Jardim que fazia as minhas delícias. Com relva, árvores e flores. Havia, porém, um canto sombrio onde a relva não vingava e decidi preencher esse espaço com um monte de pedras ornamentais. Vieram as ditas e fez-se uma pirâmide entressachada de petúnias. Ao fim da tarde, olhando casualmente pela janela da sala, admirando o novo arranjo paisagístico, vejo passar uma coisa escura e lesta que subiu depois pelo tronco da araucária vizinha das pedras. Sim, eu já tinha ouvido falar neles, contava-se mesmo que o velhote da esquina não deitava fora o lixo, enterrando-o no jardim para servir de adubo às rosas. A vizinha do lado tinha um belíssimo e feroz Rottweiller mas, para o caso, o melhor mesmo era o sistema das pastilhas. Repostas periodicamente pela empresa de manutenção de jardins, serviam de banquete aos invasores que depois iam morrer...longe. Como convém. Pois é, numa questão de meia hora, o meu lindo jardim transformou-se em parque de diversões para os afoitos e anafados roedores. Era vê-los correr pelo relvado, trepar pelos troncos, olhos luzentes, felizes, famílias inteiras explorando, deliciadas, todos os cantinhos do novo condomínio. Ia-me dando uma coisa. Qual jantar, qual telejornal, tudo a acartar com as pedras para o contentor do lixo, já! Pronto, assunto resolvido. Mas nessa noite, a vizinhança deve ter estranhado o ror de vezes que se acendeu e apagou a luz daquele jardim.
2 Comments:
...vês? tás a ver como tu sabes? :)*
LOL, pensaram de certeza que tens uma luzes psicadélicas no jardim mas em slow motion!
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